sexta-feira, 25 de março de 2011

Economia japonesa: maiores implicações do tsunami

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Os recentes desastres no arquipélago intensificam as dificuldades de uma nação em crise
O Japão ainda está se recuperando dos efeitos do poderoso terremoto e tsunami que devastaram o nordeste do país em 11 de março. Com 9 graus de magnitude, o terremoto, próximo da costa, foi um dos maiores já registrados. O tsunami arrasou cidades e vilas, resultando em uma destruição massiva de propriedades, deixando centenas de milhares de pessoas desabrigadas. Com milhares ainda não contabilizados, as taxas de mortalidade tendem a subir rapidamente. O desastre também prejudicou uma usina de energia nuclear, resultando em uma série de explosões e induzindo a evacuação da população ao redor. A The Economist Inteligence Unit resume, a seguir, as principais implicações do desastre. Sobretudo, mesmo que não tenha nenhuma catástrofe nuclear, o impacto do crescimento do PIB é modesto se comparado com a escala do trauma humanitário.
Crescimento Econômico
Nas notícias inicias sobre os danos do terremoto e do tsunami, nós reduzimos levemente as expectativas de crescimento econômico em 2011 de 1,6% para 1, 4%. Nas áreas mais afetadas, a atividade econômica virtualmente parou e o consumo e investimento privados permanecerão fracos até a segunda metade deste ano. De todo modo, a reconstrução deve fornecer um impulso para o próximo ano, de forma que elevamos nossas previsões para 2012 de 1,4% para 1,5%.
Nossas expectativas atuais assumem que o impacto nacional do desastre será limitado, tão logo os maiores centros econômicos como Toquio evitem a interrupção prolongada. Por exemplo, esperamos que suprimentos poderosos estejam restaurados completamente nas áreas econômicas-chaves em maio. A manutenção dessa suposição dependerá de quanto tempo durará a crise na usina nuclear de Fukushima Daiichi. O estado atual de risco elevado e a incerteza podem atrasar o crescimento conduzido pela reconstrução que nós esperamos atualmente que se inicie na segunda metade de 2011. Nesse caso, nossas expectativas de crescimento para 2011 serão reduzidas, mas nossas previsões para 2012 crescem.
Política
O primeiro ministro Naoto Kan e o Partido Democrático do Japão estão encarando seu maior teste. Uma deterioração dramática na posição do governo é anulada pelo fato de que este já estava sombriamente impopular antes do desastre. A insatisfação pública em relação à ajuda e esforços de reconstrução é um risco, mas, num balanço, a reação das autoridades foi rápida e competente. Diferente da letárgica resposta ao terremoto de Kobe em 1995, operações de auxílio em larga escala iniciaram imediatamente e assistência estrangeira foi recebida. Sr. Kan arriscou-se quando assumiu o comando pessoal da crise na usina de Fukushima – um passo que pode queimá-lo se a situação dos lugares afetados piorar. De qualquer forma, a ira pública tende a se focar na empresa que opera a Usina, a TEPCO, que é notória por ser econômica com a verdade em relação aos acontecimentos nucleares.
Acima de tudo, se a administração de Kan pode evitar compartilhar a culpa de outros percalços radioativos, e se as autoridades continuarem a orquestrar um resgate de crédito e esforços de reconstrução, os efeitos do desastre na estabilidade governamental parece ir do neutro ao positivo. Mais do que isso, a administração pode ser beneficiada nas frentes políticas. Um senso de emergência e solidariedade nacional pode mitigar a obstrução da oposição sobre a receita para o ano fiscal que chega – ou mesmo galvanizar suporte para as arrojadas reformas que o senhor Kan propôs para resolver os problemas econômicos do Japão.



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