segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A Privataria Tucana : O livro que calou a mídia tendenciosa brasileira



O autor, famoso jornalista investigativo, que trabalhou em vários grandes jornais e revistas, faz um trabalho investigativo que começa de maneira assustadora, quando leva um tiro ao fazer reportagem sobre o narcotráfico e assassinato de adolescentes, na periferia de Brasília. Depois do trauma sofrido, refugia-se em Minas e começa a investigar uma rede de espionagem que tinha o objetivo de desacreditar um possível candidato do PSDB, o ex-governador mineiro Aécio Neves. Ao puxar o fio da meada, mergulha num novelo de proporções espantosas. livro tem 160 páginas de documentos irrefutáveis, contas no exterior, copias de cheques e contratos, fotos dos locais onde os políticos guardaram dinheiro para enriquecerem e financiarem campanhas eleitorais. 

domingo, 6 de novembro de 2011

Dilma diz NÃO ao fundo Europeu

A presidenta Dilma se mostrou mais uma vez com uma postura firme diante das pressões internacionais para criar um fundo monetário pra ajudar os Países Europeus em crise. Em Cannes - França, como se poder ver no vídeo a presidenta Dilma foi categórica ao dizer NÃO ao fundo monetário de ajuda aos países europeus, e se mostrou firme em seu discurso. Assim o Brasil caminha para um ajuste interno, onde o povo brasileiro vem em primeiro lugar. Pois sabemos muito bem que se fosse os países emergentes que tivessem em crise dificilmente recebeiriamos ajudas dos europeus ou se recebêssemos seria as custas de juros altíssimos e dependência economica europeia.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Colonialismo às avessas

Moeda Chinesa Yuan, vem ganhando força em relação ao Dolar


A Crise que esta atingindo em cheio o continente europeu em algus países como: Itália, Espanha, Irlanda, Portugal e principalmente a Grécia, pode criar um fenômeno pouco imaginado a tempos atrás, que é a Europa pedir ajuda financeira aos países chamados como "países emergentes".
A China que é a grande interessada nesse tipo de ajuda, pois ela tem grande interesse de invadir com seus produtos o mercado europeu, já que a Europa não reconhece a China como uma economia de mercado. Esse caso vem sendo chamado por muitos especialistas como um  Colonialismo as Avessas, já que a Europa tão acostumada com essas praticas corre grande risco de ficar nas mãos de um pais emergente e Comunista.
Pra muitos especialistas no assunto essa ajuda é uma humilhação para a Europa, que segue precionada em aceitar ou não ajuda que traria grande alívio nas dividas dos países europeus.

"Após os indignados, os humilhados. Pedir ajuda à China é uma humilhação", diz um internauta.

A China assim como países emergentes como Brasil e Índia vem crescendo muito nos últimos tempos, pode representar um novo mapa global do países desenvolvidos, assim como os EUA que cresceram as custas da segunda guerra mundial, já que a Europa tava praticamente dizimada no pós guerra. Agora e a vez dos países emergentes aproveitar o momento de instabilidade nos mercados europeus e crescer ainda mais com isso, isso nada mais é do que a  desaceleração do capitalismo, onde depois de sugar tanto dos países mais pobres, agora recorrer ajuda para eles.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A morte de Kadhafi e a festa da Barbárie capitalista

Eu parei quando vi Kadhafi sendo carregado ainda vivo pelas tropas que foi armada até os "dentes" pelos EUA & Otan, e sendo mostrada a cada 5 min em todas a redes de Televisão, como algo lindo de se ver. Onde a imagem do Kadhafi sendo levado pela morte fosse uma passagem para a liberdade do povo líbio. Mas fica a pergunta que liberdade é essa? O Iraque teve alguma Liberdade depois da morte do Sadan? O Afeganistão teve alguma liberdade depois da invasão Ianque e o fim do regime dos Talibãs? Acho que o conceito de liberdade estadunidense não se enquadra nos conceitos dos países do oriente medio, pois o povo não anda satisfeito com essa tal liberdade.
A Líbia foi bombardeada e sua população armada do dia pra noite, sobre um interesse comum, pois a Otan vai querer algo em troca ou vocês caros leitores acham que a riqueza da Líbia que é o petróleo vai ficar nas mãso do povo líbio. A frase: Socialismo ou Barbárie se enquadra bem nesse feito, onde a segunda opção já se faz efeito e mais uma vez em forma de neocolonialismo na tão sofrida africa, onde depois de séculos de exploração os chamados países ricos ainda quem tirar proveito. Que a forma brutal da morte de Kadhafi ao menos sirva de reflexão de como o capitalismo vem devorando os países pobres. A morte de kadhafi hoje foi motivo de comemoração na Líbia, mas em breve vai ser motivo de lamentação, pois o povo líbio foi apenas um fantoche nas mãos da Otan, para que seu petróleo e suas riquesas fossem entregues de mãos beijadas para os países ricos continuarem ricos e explorando os mais pobres cada vez mais pobres, essa é a logica desse sistema que assim como o Leviatã sai devorando seus próprios filhos. 


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Entrevista com Karl Marx em 1878


Esta entrevista com Karl Marx foi publicada pela primeira vez no jornal norte-americanoThe Chicago Tribune, em dezembro de 1878. Tendo permanecido inédito até recentemente quando foi descoberta por um pesquisador norte-americano. No momento da entrevista, Marx tem 70 anos de idade


Tribune - Mas os socialistas não consideram, então, a passagem dos meios de trabalho a propriedade social coletiva como o grande objetivo do movimento?

Marx - Certamente, dizemos que tal será o resultado do movimento. E portanto uma questão de tempo, de educação e do desenvolvimento de formas sociais superiores.


Pergunta - Este programa é aplicável unicamente a Alemanha e a mais um ou dois outros países



Marx - Extrair de um programa apenas essas conclusões seria desconhecer as atividades do movimento. Inúmeros pontos deste programa não têm a menor significação fora da Alemanha. A Espanha, a Rússia, a Inglaterra e a América do Norte tem seus próprios programas particulares, adaptados às suas próprias dificuldades. O único ponto comum é o objetivo final.



Pergunta - E esse objetivo final é o poder operário?



Marx - E a emancipação dos trabalhadores.



Pergunta - Os socialistas europeus encaram com seriedade o movimento americano?



Marx - Sim. Esse movimento é o resultado natural do desenvolvimento desse país. Tem-se dito que lá o movimento operário foi importado do estrangeiro. Quando, há uns cinqüenta anos, o movimento operário tinha dificuldades em abrir caminho na Inglaterra o mesmo foi presumido. E isso muito tempo antes de se falar em socialismo! Na América, o movimento operário adquiriu, a partir de 1857 uma importância maior. Foi quando os sindicatos locais tomaram impulso, na seqüência, uma central sindical reuniu as diversas categorias profissionais, depois do que surgiu a União Nacional dos Trabalhadores. Esses progressos cronológicos demonstram que o socialismo nasceu na América, sem apoio estrangeiro, pura e simplesmente da concentração do capital e das mudanças ocorridas nas relações entre operários e patrões.



Pergunta - O que o socialismo conseguiu até hoje?



Marx - Duas coisas: os socialistas demonstraram que, em toda parte, uma luta geral opõe o Capital ao Trabalho, em suma, demonstraram seu caráter cosmopolita. Em conseqüência, procuraram efetivar um acordo entre os trabalhadores de diversos países. Este acordo é tanto mais necessário visto que os capitalistas se tornam cada vez mais cosmopolitas. Não é somente na América, mas também na Inglaterra, França e Alemanha, que trabalhadores estrangeiros são empregados para serem utilizados contra os trabalhadores do próprio país. Criaram-se, imediatamente, vínculos internacionais entre os trabalhadores de diversos países. Eis o que provou que o socialismo não era unicamente um problema local, mas, antes, um problema internacional, que deve ser resolvido pela ação igualmente internacional dos trabalhadores. A classe operária põe-se espontaneamente em movimento, sem saber para onde o movimento a conduzirá. Os socialistas não criaram o movimento, mas explicaram aos operários seu caráter e seus objetivos.



Pergunta - Quer dizer, a derrubada da ordem social dominante?



Marx - Neste sistema, o capital e a terra são propriedades dos empresários, enquanto o operário não possui nada além de sua força de trabalho, que é constrangido a vender como uma mercadoria. Afirmamos que este sistema não constitui nada mais do que uma fase histórica, que ele desaparecerá e cederá lugar a uma ordem social superior. Notamos por toda parte a existência de uma sociedade dividida (em classes). O antagonismo entre essas duas classes caminha, lado a lado, com o desenvolvimento dos recursos industriais nos países civilizados. Do ponto de vista socialista, os meios para transformar revolucionariamente a fase histórica presente já existem. Em numerosos países, organizações políticas tomaram impulso a partir dos sindicatos. Na América, é evidente, hoje, a necessidade de um partido operário independente. Os trabalhadores não podem mais confiar nos políticos. Os especuladores e as "cliques" se apoderaram dos órgãos legislativos e a política tornou-se uma profissão. Não é somente o caso da América, mas ai o povo é mais resoluto do que na Europa; as coisas amadurecem mais rápido; não se faz rodeios e se vai direto aos fatos.



Pergunta - Como o senhor explica o rápido crescimento do partido socialista na Alemanha?



Marx - O atual partido socialista teve um nascimento tardio. Os socialistas alemães não tiveram de romper com os sistemas utópicos, que alcançaram certa importância na França e na Inglaterra. Os alemães, mais do que os outros povos, são inclinados à teoria e tiraram outras conclusões praticas das experiências anteriores. Não esquecer, acima de tudo, que na Alemanha, ao contrário dos outros países, o capitalismo moderno é coisa completamente nova. Coloca, na ordem-do-dia, questões já um tanto quanto esquecidas na França e na Inglaterra. As novas forças políticas, às quais os povos desses países se submeteram, encontraram em face delas, na Alemanha, uma classe operária já convicta das teorias socialistas. Assim, os trabalhadores puderam formar um partido político independente, quase simultaneamente à instalação da indústria moderna (em seu país). Eles têm seus próprios representantes no Parlamento. Como não existe nenhum partido de oposição à política governamental, este papel recai sobre o partido operário. Retraçar aqui a história do partido levaria demasiado longe, mas posso dizer o seguinte: se a burguesia alemã não fosse composta pelos maiores poltrões, ao contrário das burguesias americana e inglesa, ela de há muito teria-se oposto politicamente ao regime.



Pergunta - Quantos lassalianos existem nas fileiras da Internacional?



Marx - Enquanto partido, os lassalianos não existem. É claro, podem ser encontrados, entre nós, alguns adeptos, mas apenas um pequeno número. Anteriormente, Lassalle fazia uso dos nossos princípios gerais. Quando lançou seu movimento, depois do período de reação que se seguiu a 1848, acreditava que o melhor meio de reanimar o movimento operário consistiam pregar a cooperativa operária de produção. Ele queria, desse modo, estimular os trabalhadores à ação; era, a seus olhos, um simples meio de atingir o objetivo real do movimento. Possuo cartas de Lassalle que vão nesse sentido.



Pergunta - Era então, de certa forma, uma panacéia.



Marx - Exatamente. Ele procurou Bismarck para lhe expor suas intenções. E Bismarck encorajou as aspirações de Lassalle de todas as maneiras concebíveis.



Pergunta - O que Bismarck tinha em mente?



Marx - Ele queria jogar a classe operária contra a burguesia oriunda da Revolução de 1848.



Pergunta - Diz-se que o senhor é a cabeça e o guia do movimento socialista e que da sua casa, o senhor puxa todos os cordéis das organizações, revoluções etc., verdade?



Marx - Eu sei disso. É uma coisa absurda, mas que tem seus aspectos cômicos. Assim, dois meses antes do atentado de Hödel, Bismarck queixou-se, na Norddeutsche Zeitung, da aliança que eu teria estabelecido com o superior dos jesuítas, Beck; teria sido por culpa nossa que ele não pudera encetar o movimento socialista.



Pergunta - Mas é mesmo a vossa “Associação Internacional" de Londres que dirige o movimento?



Marx - A Internacional teve sua utilidade, mas seu tempo expirou e ela deixou de existir. Ela teve sua atividade, dirigiu o movimento. Mas o crescimento do movimento socialista no curso dos últimos anos, a tornou supérflua. Em diversos países surgiram jornais, que mantém relações recíprocas Este é o único vínculo que os partidos de diversos países conservam entre si. A Internacional foi criada, antes de tudo, como objetivo de reunir os trabalhadores e de Ihes mostrar que valia a pena congregar suas diversas nacionalidades no interior de uma organização. Mas os interessados partidos operários não são idênticos nos diversos países. O espectro de um chefe da Internacional, sediado em Londres, é uma pura e simples invenção. Entretanto, é exato que demos instruções às organizações operárias, na época em que a associação das Seções Internacionais estava solidamente estabelecida. Desse modo, fomos obrigados a excluir algumas secções de Nova Iorque, entre outras, aquela na qual figurava em primeiro plano a senhora Woodhull. Isto aconteceu em 1871. Havia numerosos políticos americanos que teriam, deliberadamente, feito do movimento um negócio pessoal. Não quero citar nomes: os socialistas americanos conhecem muito bem.



Pergunta - Atribui-se ao senhor, como a seus partidários, Dr. Marx, toda sorte de propósitos incendiários contra a religião. Com toda certeza, o senhor teria com prazer a eliminação radical deste sistema.



Marx - Não ignoramos que é insensato tomar medidas violentas contra a religião. Segundo nossas concepções, a religião desaparecerá medida que o socialismo se fortalecer. A evolução social vai, infalivelmente, favorecer esse desaparecimento, no qual cabe à educação um papel importante.



Pergunta - Recentemente, em uma conferência, o pastor Joseph Cook, (36) de Boston, enfatizava que seria preciso dizer a Karl Marx que uma reforma do trabalho é realizável, sem revolução sangrenta, nos Estados Unidos e na Grã-bretanha, talvez também na França, mas que na Alemanha e na Rússia, assim como na Itália e na Áustria, será preciso derramar sangue para isso.



Marx - Já ouvi falar do senhor Cook. Ele não conhece grande coisa de socialismo. É desnecessário ser socialista para observar e prever que revoluções sangrentas se produzirão na Russia, na Alemanha, na Áustria e talvez na Itália, se os italianos continuarem a progredir na direção em que se encontram atualmente. Nesses países, acontecimentos comparáveis aos da Revolução Francesa poderiam efetivamente se produzir. Trata-se, neste caso, de uma evidência que salta aos olhos de qualquer um que esteja informado sobre a situação política. Mas essas revoluções serão feitas pela maioria. As revoluções não serão mais feitas por um partido, mas por toda a nação.



Pergunta - O referido religioso citou uma passagem de uma carta que o senhor teria enviado em 1871 aos comuneiros parisienses, na qual se lê: “Hoje somos três milhões ou mais. Mas, em vinte anos, nós seremos cinqüenta ou talvez cem milhões. Então, o mundo nos pertencerá uma vez que não apenas Paris, Lyon e Marselha, mas também Berlim, Munique, Dresden, Londres, Liverpool, Manchester, Bruxelas, São Petersburgo e Nova Iorque, em suma, o mundo inteiro, sublevar-se-á contra o odioso capital. Em face dessas novas insurreições, jamais vistas pela história até agora, o passado se dissipará como um pesadelo apavorante: o incêndio popular, lavrando em cem lugares ao mesmo tempo, aniquilará até mesmo a lembrança do passado." Doutor, admite ter escrito estas linhas?



Marx - Nem uma única palavra! Jamais escrevi semelhantes absurdos melodramáticos. Reflito maduramente aquilo que escrevo. Isto foi forjado, e apareceu no Figaro com a minha assinatura. Naquele momento, fizeram circular centenas de cartas desse gênero. Escrevi ao Times de Londres para declará-las falsas. Mas se quisesse desmentir tudo o que se diz e se escreve a meu respeito, seria necessário empregar vinte secretárias.



Pergunta - Mas, mesmo assim, o senhor escreveu em favor da Comuna de Paris?



Marx - De certo que o fiz, em face do que fora dito a respeito nos editoriais. Todavia, alguns correspondentes parisienses desmentiram bastante, na imprensa inglesa, as alegações daqueles editoriais relativos a dissipações etc. A Comuna não executou mais do que umas sessenta pessoas, aproximadamente. O Marechal Mac Mahon e seu exército de carniceiros mataram mais de sessenta mil. Nenhum movimento desse gênero foi tão caluniado quanto a Comuna.



Pergunta - Os socialistas consideram o assassinato e derramamento de sangue como necessários à realização de seus princípios?



Marx - Nenhum grande movimento nasceu sem derramamento de sangue. Os Estados Unidos da América não adquiriram sua independência senão pelo derramamento de sangue: Napoleão III conquistou a França através de atos sangrentos e foi vencido da mesma maneira. A Itália, Inglaterra, Alemanha e os outros países fornecem uma pletora de exemplos do mesmo gênero. Quanto ao homicídio político, não é uma novidade pelo que se sabe. Orsini, sem dúvida, tentou matar Napoleão III, mas os reis mataram mais homens do que ninguém. Os jesuítas mataram, e os puritanos de Cromwell mataram. Tudo isso se passou muito antes de que se tivesse ouvido falar dos socialistas. Hoje, no entanto, se lhes atribui responsabilidade de todo atentado contra os reis e os homens de Estado. A morte do imperador da Alemanha seria, agora, particularmente deplorada pelos socialistas: ele é muito útil em seu posto, e Bismarck fez mais por nosso movimento do que qualquer outro homem de Estado, pois impeliu as coisas para o extremo.



Pergunta - O que pensa de Bismarck?



Marx - Antes de sua queda, tinha-se Napoleão III por gênio; depois ele foi chamado de louco. Acontecerá o mesmo com Bismarck. Sob pretexto de unificar a Alemanha, ele se pôs a edificar um regime despótico. Quem não vê onde ele quer chegar? Suas manobras mais recentes não são nada mais do que um golpe de estado travestido, mas Bismarck fracassará. Os socialistas alemães e franceses protestaram contra a guerra de 1870, mostrando que se tratava de uma guerra puramente dinástica. Em seus manifestos, advertiram ao povo alemão que, se ele permitisse a transformação da pretensa guerra de defesa em guerra de conquista, seria punido pela instauração de um despotismo militar e pela opressão brutal das massas trabalhadoras. Naquela época, o partido social democrata da Alemanha realizou reuniões e publicou manifestos nos quais se pronunciava em favor de uma paz honrosa com a França. O governo prussiano desencadeou imediatamente as perseguições contra o partido e muitos de seus dirigentes foram presos. Apesar disso, seus deputados, eles e somente eles, no Reichstag, ousaram protestar com a maior veemência contra a anexação pela força de uma província francesa. Bismarck, entretanto, impôs sua política pela violência e falou-se do gênio de Bismarck. A guerra estava terminada e, como ele não podia fazer novas conquistas, mas devia fabricar idéias originais, faliu lamentavelmente. O povo perdeu a fé que tinha nele e sua popularidade está em declínio. Com ajuda de uma pseudo constituição e com vistas a realizar seus planos militares e de unificação, impôs pesados impostos ao povo, a um ponto que o povo não aceita mais, e ele tenta agora fazê-lo aceitar sem constituição. A fim de poder continuar a sangrá-lo a seu gosto, pôs-se a agitar o espectro do socialismo e fez o todo o possível para provocar uma sublevação popular.



Pergunta - O senhor recebe, regularmente, relatórios de Berlim?



Marx - Sim, sou muito bem informado pelos meus amigos. Berlim está perfeitamente tranqüila e Bismarck decepcionado. Ele interditou a permanência de quarenta e oito dirigentes, entre os quais os Deputados Hassehnann e Fritzsche, bem como a Rackow, Baumann e Auer da FreiePresse . Estes homens exortaram o povo berlinense a manter a calma e Bismarck o sabe. Também sabe muito bem que, em Berlim, 75.000 operários estão à beira de morrer de fome. Ele conta firmemente com que, afastados os dirigentes, produzir-se-ão os motins que darão o sinal para um banho de sangue. Então, poderia algemar todo o Império alemão e dar livre curso à sua cara política militarista; não haveria mais limites para a elevação dos impostos. Até o presente, nenhuma desordem aconteceu e Bismarck, desolado, se apercebe de que é a si próprio que deve censurar diante de todos os homens de estado.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dilma na ONU



A presidente Dilma Rousseff criticou nesta segunda-feira o uso da força na solução de conflitos, durante evento realizado na ONU, em Nova York, sobre a participação das mulheres na política.

"As mulheres são especialmente interessadas na construção de um mundo pacífico e seguro. Quem gera vida não aceita a violência como meio de solução de conflitos", afirmou a presidente.

Em março, o Brasil se absteve em votação no Conselho de Segurança da ONU que aprovou a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia para proteger civis das forças leais ao líder líbio Muamar Khadafi.

À época, o Itamaraty afirmou que a intervenção de forças estrangeiras na Líbia permitida pela resolução poderia acirrar os confrontos no país, além de incluir atores externos em um processo que, segundo o governo, deveria ser conduzido pelos líbios.

Segundo Dilma, "a existência de conflitos armados vitima principalmente mulheres e crianças".

Ao falar sobre políticas públicas, ela afirmou que, no Brasil, as mulheres têm prioridade nos programas de transferência de renda e habitação.

"São as mulheres que tanto sofrem com a pobreza as maiores aliadas das políticas para a sua superação", afirmou. "Também são aliadas do desenvolvimento sustentável e da necessária mudança nos padrões de consumo".

Além da presidente, compareceram ao evento a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, a ex-presidente do Chile Michele Bachelet, e a representante da União Europeia para Assuntos Externos, Catherine Ashton, entre outras mulheres chefes de Estado e altas funcionárias de órgãos globais

Fonte: BBC Brasil

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Humberto Gessinger fala da volta dos Engenheiros do Hawaii no Alto Falante

O músico, compositor e escritor Humberto Gessinger fala sobre seus dois livros e sobre a volta dos engenheiros do Hawaii em 2 partes em entrevista cedida ao programa alto falante exibido nos dias 12/08/11 e 19/08/11.












sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vamos Salvar a Palestina


Caros amigos, 

Hoje o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir o apelo da Palestina para se tornar o 194º país do mundo. No entanto, governantes de países de destaque ainda estão em cima do muro. Somente um esforço gigantesco da opinião pública pode mudar a situação.

A Avaaz fez um pequeno, mas emocionante vídeo mostrando que essa proposta legítima é de fato a melhor oportunidade para acabar com o beco sem saída das infinitas negociações mal-sucedidas e abrir um novo caminho para a paz.

Entre e participe:  http://www.avaaz.org/po/middle_east_peace_now/?cl=1240773545&v=10060

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cai o regime de Khadafi na Líbia

Bandeira simbolo dos rebeldes





Com a ajuda dos bombardeios da Otan, os rebeldes tomaram tripoli e o QG de Khadafi que esta desaparecido. Resta agora esperar para ver quais decisões seram tomadas para a substituição do no novo governo líbio que agora está sobe os poderes dos rebeldes. Assim como no Egito, agora foi a Líbia mais um país da África muçulmana a derrubar seus lideres ditadores e implementar depois de violentos combates o poder popular instaurado pelos rebeldes.

sábado, 20 de agosto de 2011

20 anos do Colapso da URSS




O socialismo as avesas iniciado na politica  de Stalin resultou  com o fim da maiorpotência comunista da história, hoje a Russia sofre ainda com o fim de um bloco comunista que tinha tudo para dar certo, mas devido a governos incompetentes que descarecterizaram toda a teoria Marxista e puseram o comunismo como uma coisa negativa por boa parte da Europa. A Russia hoje vive em um regime capitalista sem nenhuma influência do comunismo que predominou em território russo e por países vizinhos por mais de 60 anos.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

As consequências do embargo econômico em Cuba.

O Parlamento de Cuba deu luz verde nesta segunda-feira a um plano de reformas econômicas que deve trazer mudanças importantes ao modelo comunista vigente no país. Entre as medidas está a comercialização de moradias, o que significa a volta da propriedade privada à ilha.

A reforma foi aprovada pela Assembleia Nacional do Poder Popular, cuja sessão foi aberta pelo presidente Raúl Castro.
Castro vem defendendo reformas que possibilitem a criação de um mercado livre limitado desde que recebeu o poder das mãos do irmão, Fidel, em 2008.
Com a aprovação do plano, os cubanos vão poder, pela primeira vez em 50 anos, comprar propriedades. A escassez de habitações é um dos grandes problemas da ilha, já que apenas a troca de casas é permitida (sem uso de dinheiro), o que provocou a criação de um mercado negro para a aquisição de moradias. A compra de mais de um automóvel também será permitida.
Ainda é prevista a eliminação de um milhão de empregos no setor público. Viagens ao exterior também serão facilitadas, assim como será autorizada a abertura de pequenos negócios.
O pacote com 313 medidas foi desenhado em abril deste ano, durante o Congresso do Partido Comunista.

Comunismo

Durante a sessão no Parlamento, o deputado José Luiz Toledo Santander, presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, ressaltou que, apesar da reforma, a Constituição de Cuba reconhece que o Partido Comunista “é a força dirigente superior da sociedade e do Estado”, segundo o jornal Juventud Rebelde.

As mudanças ficam a cargo da Comissão de Implementação, que segundo o jornal irá definir, de maneira concreta, “o conceito de elementos teóricos do modelo cubano que se atualiza e propor normas jurídicas”.
A comissão tem ainda a missão de implementar um novo modelo de gestão nas empresas estatais de Cuba.


Essas mudanças já estavam prevista a acontecer mais cedo ou mais tarde é muito difícil para uma ilha sobreviver depois de mais de 50 anos de embargo econômico imposto pelos EUA. O presidente dos EUA Obama, que para muitos é um bom moço, mais até agora não se sensibilizou com a situação de Cuba e mantém um brutal embargo a Ilha, que desde o fim da URSS busca meios alternativos para manter o sistema socialista de governar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Em tratamento com quimio, Chávez aparece de cabelo raspado

Hugo Chávez após a Quimio
Em tratamento contra um câncer, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, apareceu pela primeira vez em público, nesta segunda-feira, com o cabelo raspado, em consequência da queda capilar ocasionada pelas sessões de quimioterapia a que foi submetido há duas semanas.
Chávez relatou que, na noite anterior, uma mecha de cabelo caiu. Ele disse ter chamado o barbeiro para cortar o cabelo bem curto.

"Estamos vendo os efeitos do tratamento", comentou, durante ato de nomeação de novos ministros, na sede do governo. "A queda do cabelo é normal e, além disso, indica que o tratamento esta sendo efetivo de maneira genérica."

O líder venezuelano deu uma breve explicação sobre os efeitos da quimioterapia no corpo, ao afirmar que o tratamento ataca imediatamente as células de rápido crescimento, incluindo as capilares.

Chávez voltou a afirmar que, desde que foi diagnosticado o câncer - durante uma visita a Cuba, em junho –, ele está transitando pelo "melhor (cenário) possível". O presidente ainda disse que, no último diagnóstico, não foram encontradas células cancerígenas que poderiam ocasionar uma metástase.

De bom humor, o presidente venezuelano, que acaba de completar 57 anos, brincou e disse estar "rejuvenescendo", ao mostrar uma foto de quando ele tinha pouco mais de um ano, e como agora, era quase calvo."Este é meu 'novo look'", disse.
Desde que o presidente adoeceu, o futuro político da chamada revolução bolivariana e sua dependência do líder venezuelano passaram a ser tema de preocupação e questionamento na Venezuela.
Chávez, no entanto, sustenta que concorrerá à reeleição presidencial de 2012 e que continuará à frente do projeto bolivariano por mais seis anos.
A coalizão opositora mantém, por enquanto, a decisão de eleger por meio de primárias um candidato único para enfrentar o governo nas eleições presidenciais.

Durante a apresentação de sua proposta de governo, opositores prometeram dar continuidade aos programas sociais do governo, até agora duramente criticados.

Neste fim de semana, ao reiterar sua candidatura, Chávez deu sinais de que pretende mudar a tática para recuperar cerca de 2 milhões de votos perdidos desde as eleições presidenciais de 2006.
Visto sempre de camisa vermelha, Chávez apareceu desta vez em uma camisa amarela, convocou seus militantes a combater o sectarismo no interior do governo e abertamente disse que a tarefa, agora, é conquistar a classe média.
"Todos que colocam a camisa vermelha agora são revolucionários? Cuidado com essas banalidades. Cuidado com aquele que quer colocar socialismo em tudo, avenida socialista, gravata socialista (…). Socialismo tem que ser construído, nas bases de produção", afirmou, durante a reunião com o gabinete".

Chávez saiu em defesa de um modelo econômico misto, no qual a propriedade privada tem papel importante na economia do país. "Vamos caminhando a um esquema flexível, nosso.

Fonte: BBC Brasil 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fora Jobim: Ministro diz que votou em Serra

O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), que ocupa o cargo desde 2007, disse na terça-feira 26 ter votado no então candidato José Serra (PSDB) à eleição para presidência em 2010. Em entrevista ao jornalista da Folha de S. Paulo, Fernando Rodrigues, o ministro declarou ser amigo íntimo do tucano e que a atual presidenta Dilma Rousseff sabia de sua relação e preferência pelo candidato do PSDB.

Ao ser convidado para gravação de um programa eleitoral para a campanha da então candidata, Jobim declarou ter um problema. “De um lado, por razões pessoais, inamovíveis, eu não tenho condições de fazer campanha para a ministra Dilma. Uma vez que sou amigo íntimo do Serra. Ele foi meu padrinho de casamento, eu morei com ele algum tempo aqui em Brasília. Inclusive agora, quando vou a São Paulo, eu janto com ele, eu e minha mulher, nos damos muito bem”.

Por outro lado, afirmou o ministro “eu tenho também um impedimento de natureza institucional de fazer campanha para o Serra”. Depois disso, Lula avisou ao ministro Alexandre Padilha, que cuidava das relações institucionais do governo, para que Jobim ficasse de fora da campanha.

Sobre especulações de que seria um dos ministros a sair da equipe de Dilma antes do fim do mandato, em 2014, Jobim falou que “se a gente fica tentando marcar prazos e tempos só cria problemas e você não cria soluções. Então deixa as coisas correrem. As coisas vão andando. No momento em que as coisas resolverem sair, sai”.

Ainda na entrevista, o ministro declarou não ser mais possível apurar as responsabilidades da destruição dos arquivos da ditadura militar.“Internamente não. Não tem como. Como você não tem formalização do processo de incineração, você não tem como identificar de quem partiu o ato”.

No começo do mês, Jobim já havia dado um grande sinal de que não tem mais condições de seguir no governo ao afirmar, em evento para celebrar o aniversário de Fernando Henrique Cardoso, que sentia falta da gestão do tucano, de quem foi ministro, e que hoje estaria cercado de “idiotas”.

Fonte: Carta Capital

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Hugo Chávez 2012

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse em entrevista divulgada na noite de domingo por um jornal estatal que pretende disputar um novo mandato no ano que vem, apesar da recente cirurgia a que se submeteu para a retirada de um câncer.

A notícia de que Chávez, de 56 anos, foi operado no mês passado em Havana para extirpar um tumor do tamanho de uma bola de beisebol havia gerado questionamentos quanto à sua capacidade para continuar governando a Venezuela.

"Tenho razões médicas, razões científicas, razões humanas, razões de amor e razões políticas para me manter à frente do governo e da candidatura, com mais força do que antes", disse Chávez ao Correo del Orinoco. "No nível pessoal, eu lhe digo que nunca pensei nem por um instante em me retirar da presidência."

Chávez voltou no sábado à Venezuela, após passar uma semana fazendo quimioterapia em Cuba. Ele disse que nenhuma célula maligna foi encontrada no seu organismo, e que está retornando em melhor estado de saúde do que viajou.

"Eles checaram órgão por órgão, fazendo exames para ver se houve metástase, e não encontraram nada. O tumor estava contido", disse o presidente ao jornal, que circulou com a manchete "Chávez será candidato em 2012".

A caminhada para o socialismo venezuelano é longa e é com essa visão que Hugo Chávez vai pra mais uma batalha nas urnas, o povo venezuelano vem dado grande apoio ao Hugo Chávez, que em seu discurso na Venezuela quando voltou de Havana, levou milhares de pessoas para as ruas de Caracas.
O apoio popular vai ser fundamental para a sua nova campanha para 2012, e se tornar mais uma vez presidente da Venezuela e levar o país rumo ao socialismo.

sábado, 2 de julho de 2011

Gosto musical revela a classe social?

Por Pedro Marques
Os versos do compositor Dorival Caymmi disseram que “quem não gosta de samba bom sujeito não é”. Mas de qual tipo de samba você gosta? Gosta de choro ou prefere um pagode? Paulinho da Viola ou Exaltasamba? De acordo com o cientista social Dmitri Cerboncini Fernandes, o gosto musical reflete a classe social a qual uma pessoa pertence.
Em sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP), Fernandes classificou os gêneros populares urbanos em quatro subdivisões: o choro, o samba “tradicional”, o samba dos anos 1980 e o samba dos anos 1990.
De acordo com entrevistas feitas por ele com o público de casas de shows de São Paulo e do Rio de Janeiro, a maioria das pessoas que gostam das produções da década de 1990, denominado de pagode comercial, é jovem, com nível escolar mais baixo e moradores da periferia. O público que aprecia o samba da década de 1980 e nomes como Zeca Pagodinho e Fundo de Quintal é mais heterogêneo, com pessoas de uma faixa etária um pouco maior e que cursaram faculdade. Por fim, o samba tradicional – simbolizado por Paulinho da Viola – e o choro têm um público composto por uma maioria de pessoas com nível superior em boas faculdades, grande consciência política e um bom conhecimento musical.
“Foram os críticos, ao longo dos anos, que formataram esse tipo de divisão por classes sociais”, afirma Fernandes. Para ele, os elementos discursivos utilizados por eles, que escreviam para uma classe média mais intelectualizada, criaram divisões simbólicas do que era ‘bom’ ou ‘ruim’ dentro do samba e do choro. O que os críticos descreveram como músicas de “qualidade”, desde o início do século passado, acabou por influenciar o gosto musical de cada classe social. Aquelas que tinham mais acesso às críticas passaram a não gostar dos gêneros considerados ruins. Quem não lia as opiniões dos comentaristas acabou gostando de ouvir essas canções desprezadas. Dessa forma, moldou-se a relação entre o gosto musical e a classe social. Esse processo acontece até hoje, na opinião de Fernandes.
Contexto histórico
Para entender a tese de Fernandes, é preciso olhar para o aspecto histórico dos gêneros e subgêneros do samba e do choro, bem como analisar como a crítica musical brasileira se desenvolveu ao longo dos anos.
De acordo com o cientista social, no final da década de 1920 e início da de 1930, livros escritos por ‘críticos’ como Vagalume e Orestes Barbosa foram fundamentais para definir e organizar os gêneros e subgêneros do samba. Mas, além da nomenclatura, os autores passaram a indicar quais eram, nas suas concepções, os bons e os maus sambistas da época.
“Eram considerados bons ou autênticos, os sambistas que estavam afastados do esquema comercial”, diz o pesquisador. Os críticos valorizam o samba e o choro feitos para a comunidade, com raízes folclóricas. As produções que faziam sucesso nas rádios e atingiam um público maior eram denominadas “inautênticas”.
Nas décadas de 1930 e 1940, com Getúlio Vargas e o Estado Novo, o samba deixou de ter um tom popularesco. Segundo Fernandes, as letras foram “higienizadas” e o gênero passou a ser um símbolo do país.
Na década de 1950, intelectuais e músicos como Vinícius de Moraes e Ary Barroso consagraram, com suas opiniões, nomes como Noel Rosa, Cartola e Almirante como sambistas autênticos. Artistas como Cauby Peixoto, Nora Ney e Waldir Azevedo foram tachados como “menores”.
Nos anos 1970, críticos como Sérgio Cabral e Hermínio Bello de Carvallo, segundo Fernandes, continuaram a seguir a mesma linha de pensamento da crítica da década de 1930, dividindo e classificando os sambistas em autênticos e não-autênticos, e sempre escrevendo para uma classe social mais intelectualizada.
Por fim, simbolizando as décadas 1980 e 1990, artistas como Zeca Pagodinho e os grupos de pagodes que dominaram as rádios populares e os programas de TV, apesar de todo o sucesso comercial, não são considerados sambistas autênticos pelos críticos, por misturarem em suas músicas elementos ‘estranhos’ ao samba, como a guitarra, por exemplo.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Esteban Volkov. O neto de Leon Trotsky Davidovitch no Brasil.

Esteban Volkov e Sandro Gomes (Sandrodavidovitch)
Esteban Volkov Bronstein é neto de Lev Davidovich Bronstein, mais conhecido como Leon Trotsky - o líder revolucionário que, ao lado de Lênin, jogou papel fundamental na Revolução de Outubro de 1917. Foi também o organizador do Exército Vermelho e o fundador da IV Internacional. Sua obra, por sua grandiosidade e profundidade, é considerada a continuadora da obra de Marx, Engels e Lênin.

Esteban foi o único sobrevivente da família de Trotsky, que foi toda assassinada a mando de Stalin na década de 30. Ele tinha apenas 14 anos de idade e já morava com seu avô, quando este foi assassinado no México, em 20 de agosto de 1940, por um agente stalinista.

Trotsky morreu, mas sua obra, seu legado, suas idéias permanecem vivas no coração da classe operária mundial e em cada luta travada pelos trabalhadores contra os capitalistas e contra a burocracia que contamina o movimento operário.

Esteban dedicou sua vida a preservar e defender a obra e o legado de seu avô, que sofreu ataques de todos os lados, com fasificações, campanhas difamatórias e calúnias de todo tipo. Ele fundou o Museu Leon Trotsky, que funciona na antiga casa do avô, no México, e agora vem ao Brasil, aos 85 anos de idade, para ministrar conferências públicas sobre a atualidade da obra e a vida de Leon Trotsky.



O neto do lendário revolucionário e líder do exercito Vermelho Leon Trotsky, esteve no Recife ministrando uma coferencia sobre o seu avô. A esquerda Marxista se sente muito honrada com essa visita desse pedaço mortal da história da revolução Russa.
Foi a partir da leitura de uma entrevista que não foi publicada na Rússia que Esteban iniciou sua palestra, e contou com todos os detalhes a perseguição que seu avô (Trotsky) sofreu diante de Stalin, onde percorreu boa parte da Europa fugindo de Stalin até encontra asilo no México, onde foi assassinado a mando de Stalin com uma picaretada na cabeça. Em partes da Palestra Steban Volkov relembra com detalhes quando ainda tinha 13 anos e ao chegar do colégio encontrou todo um aparato de policias em sua casa, e lá dentro estava o seu avô com o rosto coberto de sangue pedindo parar deixar vivo o homem que o assassinou, pois ela era a prova viva do crime cometido a mando de Stalin. Assim uma das cabeças mais pensantes do mundo nos deixou, assassinado em sua própria casa. Trotsky esse sim poderia ter mudado o mundo se assumisse o poder da URSS como foi da vontade de Lênin antes de partir, Trotsky se foi mas seu legado ficou e Graças a Esteban vem sendo lembrado por onde ele passa.



sexta-feira, 3 de junho de 2011

E agora Palocci?



Os esclarecimentos emitido pelo Ministro da Casa Cívil a uma rede de Tv direitista que tem todo interesse em prejudicar o governo, pode trazer mais prejuízos para o então ministro da Casa Civil Palocci (PT). As suas declarações podem dar ainda mais lenha para a fogueira da oposição, que pede veemente sua presença na  Câmara dos Deputados.
Como o próprio ministro mesmo disse: todas as suas provas foram entregues para a Procuradoria da Republica, cabe agora esperar o resultado das apurações dos fatos. Ao meu ver foi um erro essa entrevista em  rede nacional,  uma vez que o congresso já vem pedindo explicações a semanas sobre o caso. O ministro teve que passar por uma prova de fogo, principalmente sobre perguntas com interesse diretos de prejudicar o ministro e por que não o Governo de Dilma. Não vou Defender o Ministro, isso cabe a procuradoria da União fazer e mostrar se realmente o ministro tá envolvido com irregularidades ou é mais uma tentativa deseperada da oposição de prejudicar o governo Dilma.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A criação de Tapajós e Carajás, por Sandrodavidovitch.

A criação de mais dois estados na federação foi aprovada para um plebiscito no Pará. A votação do projeto de Carajás teve 261 votos a favor (4 a mais do que o mínimo), 53 votos contrários e 14 abstenções. No caso de Tapajós, foram 265 a favor, 51 contrários e 13 abstenções. 
Para quem defende a criação desses novos estados, seria beneficiado as áreas que não são vistas pelo governo do Pará por ser um estado de dimensões muito grande e não recebem a devida atenção necessária do estado, principalmente nas questões de infraestrutura. 
Na minha opinião a criação desses novos estados não é viável para o país, isso ocasionaria mais gastos públicos; Primeiro deve ser construídas mais duas capitais para esses estados, isso acarretaria em um grande aumento nos gastos públicos e depois dessas capitais construídas elas devem ter todo suporte político e econômico, mais duas sedes de governos também devem ser criadas e mais duas câmaras dos deputados também, além de toda estrutura política necessária como secretárias, fóruns, acessórias ou seja Bilhões de reais em gastos a mais para a União. Além  que a criação desses estados não terem um fator de melhoria de vida para a população e também por ser uma área de florestas o que ocasionaria mais desmatamento e mais destruição, definitivamente a criação desses dois estados não trás nada ou quase nada de beneficio para o país, a não ser mais gastos para a conta da união.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Código Florestal - Dilma mostra firmeza ao defender mudanças no texto

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse no começo da tarde desta quinta-feira (26/05), após participar de almoço no Palácio do Alvorada oferecido pela presidenta Dilma Rousseff à toda bancada petista, que o governo manifestará firmeza na construção de um texto para o Código Florestal que passa a tramitar no Senado que contemple as preocupações com o meio ambiente mas também com a produção agrícola.

"A maneira como o texto foi votado na Câmara vai ensejar que internacionalmente haja questionamentos da posição do Brasil e até mesmo adoção de barreiras internacionais. Países deixarão de adquirir produtos brasileiros pelo fato de termos adotado medidas como essas", disse Humberto sobre a avaliação feita pela presidenta.

Segundo ele, a orientação de Dilma é que o Senado promova um debate tranqüilo sobre o Código Florestal e que procure encontrar pontos de convergência – e isso é possível – para que o texto final possa representar todos os que defendem o meio ambiente e que o Brasil continue sendo uma potência agrícola.

Ao comentar sobre o primeiro encontro formal da bancada petista com a presidenta, Humberto Costa disse que houve reconhecimento da necessidade de proporcionar aproximação cada vez maior em torno das discussões que serão travadas no Senado sobre o texto do Código Florestal. "A nossa expectativa é que tenhamos uma conversa permanente com os articuladores políticos do governo, para que possamos desenvolver um trabalho no Senado respaldado pela posição que o governo tem", disse o líder.

A radicalização ou a colocação de dois pólos de enfrentamento não é o melhor caminho, segundo ele, até porque se o texto do código for mantido como chegou da Câmara, conclui-se que os próprios produtores rurais serão prejudicados. "O que nós queremos é que os avanços sejam preservados, mas que o texto final reafirme as posições do Brasil de compromisso com a preservação do meio ambiente e esse é o desejo da presidenta", disse Humberto.

O senador salientou que irá conversar com todos os parlamentares da base aliada e com os partidos de oposição que estão incomodados em relação ao que foi aprovado na Câmara. "Esse tema não envolveu um debate governo e oposição. Esse tema permeia todos os partidos. Vamos procurar com uma posição de governo e aglutinar partidos de oposição na defesa daquilo que é melhor para o meio ambiente, para o Brasil e para a produção agrícola", ressaltou.

Perguntado se o governo vai estabelecer troca de cargos por apoio ao texto do código no Senado, o líder disse que presidenta Dilma afirmou recursar, terminantemente, qualquer condicionamento nas negociações. "Ela quer discutir a política e tem consciência que o Brasil entendeu o questionamento que fez sobre o texto aprovado e está ao nosso lado nessa posição. Vamos aproveitar, inclusive, esse respaldo da população para fazer o debate de forma desapaixonada, mas de forma decidida", comentou.

Fonte: PTbrasil

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O crime ambiental do Dep. Aldo Rebelo

Dep. Aldo Rebelo autor do novo Código Florestal
O deputado Federal Aldo Rebelo foi o autor de um crime ambiental sem precedentes, que pode causar um aumento significativo nos desmatamentos e queimadas no Brasil, além da anistia de todas as multas aplicadas pelo Ibama por crimes ambientais, onde impunidade vai fazer valer com esse novo código. Se antes com a aplicação de multas os casos de destruição eram enormes o que dizer do que vai acontecer daqui pra frente. Outros tremas polêmicos engordam esse novo código florestal como: a diminuição das matas ciliares para beneficiar a produção agrícola, para quem não sabe a mata Ciliar serve como proteção natural para os rios, pois sem elas as margens dos  rios ficam desprotegidas, causando erosões e Assoreamento dos leitos dos rios. Outro tema polêmico é o de quem já desmatou  APPs, pois com esse novo código vão poder continuar a desfrutar as áreas desmatadas sem nenhuma punição e áreas já desmatadas e queimadas para a produção agrícola dentro das APPs também não sofreram punições nenhuma.
O que mais deixa os ambientalistas preocupados é que uma ideia absurda de Aldo Rebelo que só beneficiaria os produtores agrícolas tenha sido aprovada na Câmara dos deputados, agora vai seguir para o Senado e ser for aprovado vamos torcer para o bom senso a presidenta Dilma, para que vários pontos desse novo código florestal seja vetado.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Recado à Presidenta Dilma




Prezada Presidente Dilma e líderes partidários,

Como um cidadão consciente, eu peço que você faça tudo em seu poder para proteger as nossas preciosas florestas, rejeitando a atual proposta de enfraquecimento do Código Florestal. Diga não para a anistia aos desmatadores, à qualquer diminuição das APPs e estadualização da política ambiental.

Por favor defenda o interesse do povo acima de interesses privados e faça tudo ao seu alcance para que nenhum acordo seja firmado até que as proteções ambientais sejam fortalecidas ao invés de enfraquecidas. 



Via Avazz

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Em defesa de Palocci



Às vésperas de um dos principais embates do governo Dilma Rousseff no Congresso, e em meio às pressões sobre Antonio Palocci, o PT unificou o discurso em defesa do ministro da Casa Civil após encontro de governadores realizado nesta segunda-feira 23, em Brasília.
A reunião, que tinha como mote temas como reforma política, Copa do Mundo e combate à miséria, serviu para que os governadores petistas Agnelo Queiroz (DF), Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE), Tarso Genro (RS) e Tião Viana (AC) colocassem o caso Palocci em pauta e tentassem minimizar as suspeitas de enriquecimento ilícito sobre o ex-deputado.

A oposição ao mesmo estilo que derrubou o homem forte do governo Lula, agora quer fazer a mesma política no governo Dilma, já que a oposição está em estado de decadência total, eles precisam de uma nova historinha pra tentar enfraquecer o governo.
O que eles estão tentando fazer agora não uma opção por justiça e sim com nítida intenção de enfraquecer o governo. Se o Ministro Palocci teve um aumento na sua renda esta tudo esclarecido no seu imposto de renda, que o próprio declarou. Obvio que um ex Ministro da Fazenda, de um dos melhores se não o melhor governo da história, teria suas consultorias valorizadas e suas empresas um ganho maior. Querem derrubar Palocci e a Mídia como sempre vai dando apoio a essa nova investida da decadente oposição do congresso. 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lula: esquerda governa com mais competência que a direita.

Evo, Lula e Chavez
O ex-presidente Lula disse durante o XVII Fórum de São Paulo, que a esquerda provou que é capaz de governar com "mais competência" do que a direita na América Latina.
"Provamos que a esquerda governa com mais competência do que a direita, que governou durante" 
Lula citou como exemplo as políticas econômicas que promoveu durante seu mandato (2003-10) para erradicar a pobreza e melhorar o nível de vida da classe média. Lula disse que é necessário promover "uma discussão mais profunda" sobre o desenvolvimento das forças de esquerda para "fortalecer os partidos políticos, construir alianças e vencer eleições".
Há 20 anos era difícil imaginar que algum dia "um índio" como Evo Morales conquistaria o poder na Bolívia, ou que a esquerda governaria potências econômicas como Argentina e Brasil.
Segundo Lula, o Partido Comunista de Cuba foi crucial para forjar esta unidade e a Frente Sandinista da Nicarágua, do presidente Daniel Ortega, "é a força democrática mais viva, que mais evoluiu" no hemisfério.

A Direita que por muito tempo governou o Brasil e grande parte da America Latina hoje se vê perdendo força e adeptos, a esquerda provou que governar para quem realmente precisa e ampliar os programas sociais de distribuição de renda como forma de diminuir a desigualdade social é a forma mais eficaz de diminuir a pobreza tão eminente nos países da America Latina.
Depois de 8 anos, de uma política neo liberal que não visava o bem estar da maioria dos brasileiros, enfim o Brasil tomou um  rumo com ótimas politicas sociais realizadas pela esquerda com Lula e sendo continuada com Dilma, e a exemplo também em vários países da America Latina como: Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela e Cuba.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

A batalha do código florestal

Na semana passada, houve uma verdadeira batalha econômica, política e ideológica, travada entre diferentes interesses das classes sociais brasileiras, tendo como palco a Câmara dos Deputados. O objetivo: quem pode se apropriar dos bens da natureza de nosso território.

Qual é a situação atual? Há uma legislação em vigor, o Código Florestal brasileiro, que determina a manutenção de áreas de reservas (intocadas) de 80% de cada estabelecimento na Amazônia, e 35% no bioma do cerrado. E há as condicionantes de que nas beiras dos rios, riachos e no topo dos morros e montanhas é preciso preservar e recuperar, como forma de proteger nossa água potável.

Os capitalistas sempre agrediram a natureza, burlando a lei para buscar o lucro máximo, retirando a madeira, fazendo carvão, e colocando seus bois e a soja.

Muitos deles foram apanhados pelo Ibama em seus crimes ambientais e as multas somam mais de R$ 8 bilhões. Só 1% foi pago.

E claro, há muitos pequenos agricultores nas regiões Sudeste e Sul, que por falta de consciência, desconhecimento ou oportunismo, também desmataram até a beira dos rios e no topo das montanhas nos últimos 100 anos. Mas não são muitos; segundo levantamento governamental apenas 8% dos pequenos agricultores.

Com o avanço dos interesses do capital financeiro e das grandes empresas transnacionais do agronegócio sobre nossa agricultura, o Código Florestal representa uma barreira para expansão de sua sanha lucrativa. Por isso precisam derrubar os limites do código, para colocar o cerrado e amazônia à mercê da soja, do boi etc.

Por outro lado, os fazendeiros inadimplentes com as multas, entre eles 27 deputados federais da direita, entrarão no Serasa a partir de 11 de junho e não poderão acessar mais recursos públicos ou de crédito.

Ascendeu a luz amarela. Gastaram milhões para eleger sua bancada ruralista. Fizeram acordos posteriores e ofereceram seus votos para eleger o presidente da Câmara. Apostaram no apoio da Rede Globo e outros grandes jornais. Todo o circo montado para que o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que atendia seus interesses, tivesse votação célere, e a sociedade não se atentasse aos interesses que estão em jogo. 

O governo encomendou uma pesquisa e percebeu que 95% da população brasileira é contra qualquer mudança que implique em desmatamento de nossa natureza. E a partir daí, começou a mexer-se.

Apresentou uma emenda alternativa ao relatório de Aldo Rebelo, e mesmo assim, dois deputados falsificaram a proposta ao levá-la ao plenário.

Tudo isso gerou indignação, e a maior parte da bancada do PT, PSOL e PV mobilizou-se para impedir a votação. Assim, ficamos livres, por enquanto, da votação das mudanças propostas pelo relatório de Aldo Rebelo. Os parlamentares direitistas querem votar logo porque sabem que têm a maioria da Câmara amarrada e não querem que a sociedade brasileira se mobilize. Por isso, o tempo funciona contra seus interesses.

Na semana passada houve também uma reunião em São Paulo com mais de 50 entidades nacionais, desde a CNBB, Greenpeace, setores da Contag, CUT, movimentos sociais do campo, da Via Campesina, e entidades ambientalistas, movimentos feministas. Todos contra o relatório de Aldo Rebelo. Lançaram um manifesto nacional e prometem aumentar a mobilização em suas bases.

O que está em jogo é se os bens da natureza que temos no nosso território devem ser usados em benefício de toda a sociedade ou liberados apenas para que a sanha do lucro fácil seja apropriado por fazendeiros, empresas estrangeiras e seus prepostos no Congresso Nacional.

A emenda do governo é mais sensata e pelo menos se contrapõe às mudanças mais espoliativas do relatório de Rebelo, embora não seja o ideal. Por isso, esperamos todos que haja um debate com toda a sociedade sobre as propostas em disputa. E quando for a votação na Câmara, que os interesses do povo brasileiro se sobreponham aos interesses da banca ruralista, financiada pelo poder econômico, pagos com mais de R$ 800 milhões na campanha eleitoral, como a imprensa divulgou na ocasião.

E depois, quando for ao Senado, esperamos que os senadores tenham mais juízo ainda. Afinal, lá há apenas 13 senadores ruralistas de um total de 81. E por fim, quando for à sanção presidencial, que a presidenta Dilma tenha mais juízo ainda e coragem em vetar tudo o que afete os interesses do povo.

E se o povo for derrotado em todas essas instâncias, cabem ainda ações de inconstitucionalidade, como promete fazer o Ministério Publico Federal. E aos movimentos sociais cabe lutar com suas bases por um plebiscito nacional que de fato discuta com todo povo, e ele decida sobre como quer usar os bens da natureza no Brasil.

Portanto, teremos ainda uma longa luta para que os bens da natureza tenham uma função social para todos os seres vivos desse território, e não apenas lucro para meia dúzia de oportunistas.

(Editorial do jornal brasil de fato – edição 429 - de 19 a 25 de maio de 2011)
 

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O Capitalismo precisa de corretivo, diz Boaventura de Souza Santos

Sociólogo Boaventura de Souza

A crise financeira dos países europeus é para o sociólogo português Boaventura de Souza Santos prova de que o capitalismo está sem freios. O estudioso vê a Europa perdendo sua “fortaleza social”, os ideais de cidadania que marcaram o continente. “O capitalismo precisa de um corretivo”, diz. Para Boaventura, este corretivo se chamava comunismo. Segundo o acadêmico, foi o contraponto comunista que fez com que o estado de bem-estar social prosperasse na Europa Ocidental. “Hoje, vemos mais social-democracia no Brasil, que na Europa”.

Agora, o sociólogo ainda não vê o remédio certo para conter a retirada de direitos sociais e o crescimento da intolerância. Mas fechou sua palestra, diante de um plenário lotado na Assembléia Legislativa, citando três palavras essenciais para qualquer “corretivo” que seja aplicado ao capitalismo, não só na Europa, mas em todo o mundo. “Democratizar, descolonizar e desmercadorizar”.


Relações extra-institucionais
Na palestra, que é parte do programa Destinos e Ações para o Rio Grande, Boaventura de Souza Santos afirmou que a derrocada de um modelo de compromisso na relação vertical entre estado e cidadão gera também um descompromisso na relação horizontal cidadão-cidadão. Isto explica, segundo ele, a derrocada das instituições. O sociólogo destacou que as relações extra-institucionais ganham em nosso tempo mais importância.

Isto se reflete, segundo o sociólogo, nas revoluções árabes atuais, em que movimentos sociais e partidos não são protagonistas. Ele conta que durante o Fórum Social Mundial deste ano, em Dacar, no Senegal, as atenções acabaram voltadas para os rebeldes dos países árabes do Magreb, mesmo que boa parte dos militantes destes países estivesse no Fórum. “No Cairo se passavam coisas muito mais importantes que em Dacar”.

Para Boaventura, as relações extra-institucionais também se manifestam no modo com os Estados Unidos combatem seus inimigos, inclusive Osama Bin Laden. O sociólogo defende que o líder da Al-Qaeda, por mais hediondo que sejam os crimes que cometeu, deveria ser julgado pela Corte Internacional, que, não por acaso, os EUA não ratificam. O português também citou como exemplo de relações extra-institucionais a prisão de Guantánamo. “Ali não vigora nenhum princípio do Direito”.

Violência
A derrocada das relações horizontais entre os cidadãos e entre estado e cidadão se manifestam, para Boaventura, no crescimento da violência em todo o mundo. Para o sociólogo esta violência crescente se manifesta pela intolerância racial, de gênero, social e por orientação sexual. A violência também está nas escolas, na repressão feita pelo estado e no modo como o poder econômico consegue tirar a liberdade de escolha dos trabalhadores. “Quando alguém tem o poder de veto sobre a vida de outro, isto é fascismo”, disse.

Boaventura afirmou que, hoje, em Portugal o sistema financeira tenta privatizar parte da saúde pública e da previdência. “Há um fascismo financeiro”. O sociólogo não esqueceu dos problemas do Brasil, país que destacou para apontar o que chama de apartheid social. “Há as ‘zonas selvagens’ nas cidades e as ‘zonas civilizadas’. (A polícia) se comporta de forma totalmente diferente nas duas zonas. Os policiais são capazes de ajudar um garotinho a atravessar a rua nas zonas civilizadas. E dão porrada nos jovens nas favelas”. O acadêmico afirmou que não há remédio conhecido para sanar os vários tipos de violência descritos por ele. “Entretanto, já sabemos o que não funciona: a repressão”.

Boaventura de Souza Santos afirmou que as discriminações racial, étnica e social são sinais de que o colonialismo europeu ainda não acabou totalmente. Disse ainda que os espaços públicos construídos hoje em dia no mundo capitalista, como shopping centers e condomínios fechados, não são democráticos. O sociólogo afirmou que para acabar com a intolerância não basta apenas ser tolerante, coexistir: é preciso conhecer o outro. “Tolerar é pouco. É preciso conhecer o outro, enriquecer com ele”.

Neste sentido, o sociólogo ressaltou o fato de que as esquerdas mundiais conseguiram vencer sua própria intolerância com outros setores do mesmo campo. “Houve muito intolerância entre a própria esquerda. Hoje, a esquerda é um mosaico. São peças que compõem uma figura juntas, mas sem perder sua característica individual. Não temos um modelo universal. Há várias contribuições, todas elas incompletas”.

Boaventura disse que os países da Europa precisam refundar suas democracias. De acordo com ele, o poder econômico teme uma democracia forte no continente. “São democracias sem democratas”. O sociólogo prevê que as revoluções no norte da África podem ter eco na Europa mediterrânea, em países como Grécia, Espanha e Portugal. “As duas periferias da Europa – o Magreb e a Europa mediterrânea – são muito ligadas”.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O assasinato de Bin Laden, por Fidel

Fidel Castro
Aqueles que se ocupam desses temas sabem que, em 11 de setembro de 2001, nosso povo se solidarizou com o dos Estados Unidos e deu a modesta cooperação que podíamos oferecer no campo da saúde às vítimas do brutal atentado às Torres Gêmeas de Nova Iorque.


Oferecemos também de imediato as pistas aéreas de nosso país para os aviões norte-americanos que não tiveram onde aterrissar, dado o caos reinante nas primeiras horas depois daquele golpe.


É conhecida a posição histórica da Revolução Cubana que se opôs sempre às ações que puseram em perigo a vida de civis.


Partidários decididos da luta armada contra a tirania batistiana, éramos, por outro lado, opostos por princípios a todo ato terrorista que conduzisse à morte de pessoas inocentes. Tal conduta, mantida ao longo de mais de meio século, nos dá o direito de expressar um ponto de vista sobre o delicado tema.


No ato público de massas efetuado na Cidade do Esporte expressei naquele dia a convicção de que o terrorismo internacional jamais se resolveria mediante a violência e a guerra.



Bin Laden foi, certamente, durante anos, amigo dos Estados Unidos, que o treinou militarmente, e adversário da URSS e do socialismo, mas qualquer que fossem os atos atribuídos a ele, o assassinato de um ser humano desarmado e acompanhado de familiares constitui um fato repugnante. Aparentemente foi isso que fez o governo da nação mais poderosa de todos os tempos.


O discurso elaborado com esmero por Obama para anunciar a morte de Bin Laden afirma: “…sabemos que as piores imagens são aquelas que foram invisíveis para o mundo. O lugar vazio na mesa. As crianças que se viram forçadas a crescer sem sua mãe ou seu pai. Os pais que nunca voltarão a sentir o abraço de um filho. Cerca de 3 mil cidadãos se foram para longe de nós, deixando um enorme buraco em nossos corações”.


Esse parágrafo encerra uma dramática verdade, mas não pode impedir que as pessoas honestas recordem as guerras injustas desencadeadas pelos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, as centenas de milhares de crianças que se viram forçadas a crescer sem sua mãe ou seu pai e os pais que nunca voltariam a sentir o abraço de um filho.


Milhões de cidadãos se foram para longe de seus povos no Iraque, Afeganistão, Vietnã, Laos, Cambodja, Cuba e outros muitos países do mundo.


Da mente de centenas de milhões de pessoas não se apagaram tampouco as horríveis imagens de seres humanos que em Guantânamo, território ocupado de Cuba, desfilam silenciosamente submetidos durante meses e inclusive anos a insuportáveis e enlouquecedoras torturas; são pessoas sequestradas e transportadas a prisões secretas com a cumplicidade hipócrita de sociedades supostamente civilizadas.


Obama não tem como ocultar que Osama foi executado na presença de seus filhos e esposas, agora em poder das autoridades do Paquistão, um país muçulmano de quase 200 milhões de habitantes, cujas leis foram violadas, sua dignidade nacional ofendida, e suas tradições religiosas ultrajadas.


Como impedirá agora que as mulheres e os filhos da pessoa executada sem lei nem julgamento expliquem o ocorrido, e as imagens sejam transmitidas ao mundo?


Em 28 de janeiro de 2002, o jornalista da CBS Dan Rather, difundiu por meio dessa emissora de televisão que em 10 de setembro de 2001, um dia antes dos atentados ao World Trade Center e ao Pentágono, Osama Bin Laden foi submetido a uma hemodiálise do rim em um hospital militar do Paquistão. Não estava em condições de esconder-se nem de proteger-se em cavernas profundas.


Assassiná-lo e enviá-lo às profundezas do mar demonstram medo e insegurança, convertem-no em um personagem muito mais perigoso.


A própria opinião pública dos Estados Unidos, depois da euforia inicial, terminará criticando os métodos que, longe de proteger os cidadãos, terminam multiplicando os sentimentos de ódio e vingança contra eles.


Fidel Castro Ruz
4 de maio de 2011
20 h 34


Fonte: Cubadebate
Tradução da Redação do Vermelho
Fonte: Solidários
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