Escrito em 1928, A revolução permanente, cujo núcleo teórico remonta a 1905, permite, ainda, que se aprecie, por um lado, a posição de Trotsky a respeito do Bolchevique " Ditadura democrática do Proletáriado e dos Camponeses" e , nessa medida, a famosa questão de suas antigas e superadas divergências com Lênin. De outra parte, o presente livro é clara expressão das críticas de Trotsky à política da Terceira Internacional, então dirigida a Stalin. Por fim, polemizando com Radek, Trotsky analisa a experiência das duas revoluções russas e da revolução chinesa de 1927.
Assim, pois, a questão abordada nesta obra é, antes de mais, a do carácter das revoluções na sociedade comteporânea, tanto no que concerne ao seu conteúdo de classe, quanto às suas forças motrizes, à sua evolução e aos seus objetivos.
Além dessa obra ter significado muito no contexto da literatura Comunista, tem um real valor histórico, pois mostras o verdadeiro ideal da revolução russa, que foi interrompido por intermédio de Stálin, que jogou fora todo o contexto da revolução permanente em troca da revolução em um único país. A revolução permanente nos mostra a teoria do que poderia ser o comunismo na Europa, e como Stálin virou as costas para movimentos de carater comunista na Alemanha, Bulgária, Estônia, na França, na Inglaterra e na Espanha., interrompeu um processo de socialismo permanente nesses países. Segundo o trotskismo, as causas de todos esses espantosos desastres devem ser procuradas na teoria do socialismo num só país, que se tornou um manancial de nefastos erros socialpatriotas inevitáveis encabeçado por Stalin.
A obra também mostra como Trotsky e Lênin tinham um pensamento bem parecido, em vários trechos a obra mostra vários pensamentos de ambos e compara os dois com uma singularidade quase que perfeita. Hoje a Europa e o mundo poderia ter um socialismo presente e forte, se Trotsky tivesse assumido o poder na URSS após a morte de Lênin. Mais devido a um golpe de baixo escalão de Stálin isso não foi possível, e graças a Stálin, a Europa tem uma visão negativa daquilo que Stálin chamou de comunismo.
A maioria dos militantes proletários dos dias de hoje e por que não dizer: grande parte dos intelectuais voltados para o estudo da teoria da revolução permanente, não conhecem mais do que a deformação caricatural que dela fazem os seguidores de Stálin. Então nada mais justo do que ler essa brilhante obra de Trotsky, para entender o que de fato foi a revolução permanente.
Por: Hermínio Sacchetta e Sandro Gomes
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